Pra quem já ou não ouviu falar hoje vamos trazer a popular história da Maria Degolada, mais precisamente vamos contar a trágica morte de Maria Francelina Trenes uma jovem moça de origem alemã, que viveu na cidade de Porto Alegre no século 19, e namorava o jovem Bruno Soares Bicudo, natural de Uruguaiana, que como soldado da Brigada Militar gaúcha usou o nome de Brum ao invés de Bruno talvez pelo seu analfabetismo. Todos os relatos da época descreviam os dois como um casal muito apaixonado, mas ninguém explicou ou sabe os motivos de sua história de amor ter acabado de uma maneira tão trágica.
Bruno, um dia teve a brilhante e infeliz ideia de marcar um piquenique (sim, esse era o "rolezinho" da época), com outros casais de amigos, no dia 12 de novembro de 1889, o local escolhido foi o popular "Morro do Hospício", chamado assim por ficar próximo ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, nos arredores da Chácara das Bananeiras, no bairro Partenon. Chegado o tão aguardado dia, todas as testemunhas, quer dizer os convidados compareceram e o dia se mantinha alegre e agradável, como planejado, mas ninguém contava com a parte não planejada do dia, de uma hora para outra, como contam os relatos dos amigos presentes, Bruno começou a agir de modo extremamente estranho, sem explicação começou a falar coisas aterrorizantes, "sem pé nem cabeça", e mudou totalmente a fisionomia e seu olhar, tendo como alvo sua namorada Maria, começando a agredi-la verbalmente levando o casal a um discussão desenfreada, Maria com vergonha do ocorrido pediu para Bruno ir para outro lugar para resolver a discussão, e foram para um lugar afastado dos demais. Preocupados pela demora da voltado de Bruno e Maria, seus amigos resolveram procurar os dois, sem imaginar o que encontrariam, foi quando encontraram na sombra de uma figueira, o corpo de Maria com a garganta cortada ainda se debatendo em uma possa de seu próprio sangue, ao lado segurando estava Bruno segurando faca, a qual usou para o crime, apresentando o mesmo olhar estranho que tinha antes de sumir com Maria. Como os homens presentes eram também membros da Brigada Militar, tentaram desarmá-lo, mas sem sucesso, obrigando eles a chamar reforço. Antes de ser preso, Bruno ainda teria tentado o suicídio, jurando não saber e não ter feito nada contra Maria.
No depoimento da testemunha Francisco Alves Nunes, presente no local e hora do crime, pode-se ser esclarecedor sobre o suposto motivo do crime, revelando que o casal não era tão feliz assim:
"a vitima entendeu dirigir chufas (gracejos) ao denunciado, que era seu amásio, dizendo-lhe que tinha outro homem com quem pernoitar, suscitando-se, por isso, uma discussão entre ambos, a qual, tornando-se calorosa, deu lugar a que o depoente e seus companheiros intervissem, chegando mesmo a vítima lançar mão do porrete e de um pedaço de ferro para com ele agredir o denunciado, que julgando a contenda terminada trataram os companheiros de tomar café, ficando o denunciado e a vítima a sós, um pouco retirado deles; que, pronto o café, voltando o depoente a chamar o denunciado para bebê-lo, notou que ele havia assassinado a vítima, usando de uma faca, pelo que o depoente e com os demais companheiros promoveram a prisão do denunciado.”
Condenado a 30 anos de prisão, Bruno morreu 7 anos depois de preso, de maneira muito controversa, alguns relatam que Bruno teria sido assassinado por um colega de cela outros relatos apontam doenças renais como a causa de sua morte, tempos depois da morte de Brum, um vendaval arrancou a figueira do local, os moradores então puseram no local uma lapide em homenagem a Maria, apesar de estar sepultada em outro local, adotando-a como santa e tendo graças atendidas atribuídas a ela. Mas seus nem todos eram agraciados pelos seus pedidos, na verdade uma classe social era as vezes até punidos, por Maria, a uma história de um Policial, que ao visitar o "altar" da "santa" teria feito um pedido, quando se retirava do local, teria sido assassinado por um fugitivo do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Como o local ainda sofre disputa constante entre policias e criminosos, o altar não é muito frequentado por policias, principalmente depois desse ocorrido.
Em suposta sessão espirita realizada no local Maria teria se manifestado e pedido que não fosse mais chamada por Maria Degolada, mas sim por Maria Conceição, supostamente manifestado por ela ser seu nome verdadeiro apesar de não contar em seus registros, levando o morro a ser conhecido como "Maria Conceição".
Muito também conhecem a lenda da Maria degolada graças a conto popular de que se for chamada 3 vezes em frente ao espelho, ela aparecerá, mas isso não passa de uma mistura de histórias, da Maria Degolada com a Bloody Mary, um conto popular americano.
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