quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Síndrome de Setembro

    A cada setembro nos voltamos as nossas cidades e ouvimos as batidas dos cascos de cavalos, estralando nos asfaltos da vida. As roupas rotineiras são substituídas pelos palas e vestidos que há séculos eram história, honra e no mínimo tradição, esta por ultimo citada e não menos importante, com toda a certeza possível, deve ser sempre lembrada e respeitada como a coroa de nossa cultura, cultura que foi banhada e forjada com sangue.
     Será mesmo que nossa juventude ao menos imagina o quanto foi sofrida a forja de nossa terra? Terá esta a minima noção de quantos pais de família perderam sua vida nessas nossas injustiçadas guerras? Que em uma década banhou o pampa verde com o sangue de nossa gente. Soubera nossos jovens que antes das suas calças caídas, suas fotos no facebook e suas orelhas furadas, que um dia tivemos heróis? Sera que cada setembro que ele "vira" gaúcho, ele ao menos ouviu falar de nossos bravos e pobres lanceiros? Que só por serem negros, foram entregues para a morte, sem ganhar a liberdade, pós uma vida de guerra, sofrimento e ilusão de dias melhores. Assim, foi uma injusta guerra, mas a injustiça foi feita infelizmente do nosso lado e não só do lado caramuru, injustiça foi feita pois nossos guerreiros entregues por Canabarro, levaram tanto tempo assim para serem lembrados.
   É admirável nossas façanhas, mas também sirvam de modelo a toda terra, que em um mundo "livre" e não alienado não sejam repetidas algumas da mesma maneira, que sejam sim, sempre lembrados de setembro a setembro, nossos centauros dos pampas, que dividiram a alma com o cavalo, mas que sejam conhecidos por todos as façanhas de nossa corajosa linha de frente, nossos espartanos que vieram escravizados da África, que tiveram Porongos como suas Termópilas, que assim como eles perderam a vida, que tenhamos pelo menos intenção de perdermos as síndromes de setembro, de não serem lembrados como merecem.

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